17 de dezembro de 2014

Amizade

O que une as pessoas e as tornam amigas umas das outras? Serão os interesses em comum? Será a necessidade de ter alguém com quem compartilhar a vida? Será a vontade de conhecer outras pessoas? Será por causa de tudo isso e mais um pouco? Eu não sei, eu só sei que existem muitos tipos de amizade, cada uma com um certo valor. Umas até valem mais que outras, mas todo amigo é precioso e único em seu jeito de ser.
Adoro aquele tipo de amizade que começa porque duas pessoas odeiam a mesma pessoa. É aquela coisa: "o inimigo do meu inimigo é meu amigo". Parece bobagem, mas é engraçado ver como um sentimento tão ruim como o ódio consegue construir algo tão bonito quanto uma verdadeira amizade. Também aprecio aquelas amizades improváveis, como duas meninas que já gostaram do mesmo cara, mas que mesmo assim não deixam de ser amigas. Talvez porque uma briga por qualquer menino não valha perder uma companhia pra todas as horas. Difícil explicar.
Acredito que uma das melhores amizades que existem são aquelas espontâneas e que acontecem porque as pessoas envolvidas têm gostos em comum ou pensam da mesma forma. "Você gosta daquela banda? Eu também!" ou "Eu sou apaixonada por aqueles livros, você também?" ou "Não gosto dessa situação. Você também não?" ou quem sabe até "Eu adoro fazer misturas loucas com comidas. Tu também!?" (tem gosto pra tudo né). Penso que esse tipo de amizade é a que mais dura, pois como as pessoas têm gostos parecidos e pensam parecido, não vão brigar com frequência.
Loucura mesmo é quando duas pessoas que são opostas em vários sentidos conseguem se entender. Parece improvável, mas uma das minhas melhores amigas é bem diferente de mim, mas nos damos muito bem. Acho que não conseguiria viver sem ela do meu lado, rindo comigo e me apoiando (e me dando o ombro pra chorar quando preciso hehe).
O importante é isso mesmo: ser amigo e ter um amigo. Ser cúmplice, parceiro pra todas as horas, tanto nas boas quanto nas ruins. O problema é que certas amizades ou são mais artificiais ou simplesmente possuem prazo de validade. Quem nunca teve um amigo que tá sempre aí pra hora da festa, mas que você não chamaria quando estivesse na fossa? É que temos visões diferentes sobre cada pessoa, e às vezes não as imaginamos em certas situações. Podemos estar enganados e nos surpreendermos, claro, mas às vezes estamos certíssimos. 
Algo que acho triste é quando duas pessoas têm (ou pensam que têm) um laço especial que as une para sempre, mas na verdade esse laço é uma linha finíssima que pode ser rompida. É só o amigo ver que o outro está cometendo erros e ele não quer parar, ou deixou de ser a pessoa que era antes, ou até mesmo o simples fato do tempo e a distância afastarem os dois. Tanto fatores...
Meu ponto é: existem amizades que, não importa há quanto tempo vocês não se falam, quando falam de novo está tudo bem; e existem amizades que sofrem um desgaste, natural ou provocado por algo. 
Vejo a amizade como uma espécie de casamento: "na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte os separe". Não repetem essas mesmas palavras nas uniões matrimoniais à toa: elas têm seu valor na vida de um casal, assim como têm numa relação entre dois ou mais amigos. É necessário companheirismo, confiança, respeito e, acima de tudo, é preciso se importar. É preciso querer a alegria do outro, mesmo que às vezes isso custe sua própria alegria.
E quem disse que dois amigos não podem se tornar mais que isso? Acho lindo quando acontece. É tão puro, tão por acaso, tão de repente. O amor aparece. Contudo, o foco desse texto não é esse, até porque já discorri sobre o assunto em um texto mais antigo.
O fato é que todo mundo deveria lutar para manter uma boa amizade e buscar não desistir, só jogar as mãos para o alto quando achar que nada pode mudar o que deu errado. Não sei, sou muito nova pra poder definir de forma precisa quando se deve desistir de um amigo, contudo sou grata por ter tantos bons amigos. Sem eles, eu não seria tão feliz.